Os melões são frutas nativas do Oriente Médio e do nordeste africano. Provavelmente, as frutas surgiram no Iraque e se espalharam da Índia à Tunísia, no norte da África – originalmente, o cultivo se estendeu a Cartago, uma cidade-estado situada ao lado de Túnis que disputou com Roma o controle do comércio naval no Mediterrâneo.
Nove variedades são cultivadas em muitas regiões semiáridas do planeta. No Brasil, as frutas são cultivadas principalmente na região Nordeste (especialmente o cultivar valenciano, espanhol ou amarelo, que responde por mais de 90% da produção nacional). Outras variedades, como a cantaloupe, gália, orange flash e brix, têm sido introduzidas, mas destinam-se para o mercado de exportação.
As frutas são consumidas quase sempre in natura ou na forma de sucos, uma vez que são refrescantes e hidratantes. As sementes dos melões, tostadas e salgadas, podem ser servidas como aperitivos. Os melões são ricos em vitaminas A, C e E, e dos seguintes minerais: cálcio, fósforo e ferro. Mas como escolher melões perfeitos na hora da compra?
Todos os cultivares dos melões apresentam frutos esféricos (levemente achatados), ricos em água (mais de 90% da polpa), casca espessa, polpa carnuda e suculenta e muitas sementes achatadas, abrigadas no centro das frutas.
A preferência nacional é pelos melões inodoros (amarelos, com polpa branca) e valencianos (amarelo-esverdeados, com polpa rosada). A principal característica destes últimos é que eles são bastante aromáticos e a rescendência do perfume é a principal dica para confirmar que eles estão maduros, prontos para o consumo.
Uma curiosidade: os melões foram introduzidos na América no século XVI, na época das Grandes Navegações. As frutas eram pouco maiores do que laranjas. Com o tempo, os novos cultivares atingiram dimensões maiores e hoje existem variedades que chegam aos quatro quilos.
Em média, no entanto, o peso das frutas fica entre 900 e 1.500 gramas. Na hora da escolha, quanto mais pesada for a fruta, melhor: isto significa que ela conseguiu absorver todos os nutrientes durante o cultivo. Pegue dois melões de tamanho semelhante: os mais pesados são os mais suculentos. Os melões, por serem nativos de regiões secas, absorvem substâncias tanto do solo, quanto através das raízes.
Como escolher?
A escolha dos melões amarelos é a mais fácil. A casca deve ser resistente ao toque e o umbigo (a parte da planta em que a fruta foi destacada) precisa ser mais macio, assim como a outra extremidade. O único cuidado é que, se a fruta estiver muito mole, é sinal de que já entrou em estado de decomposição.
As cascas pegajosas, a presença de manchas úmidas e a pouca consistência em todo o corpo da fruta indicam que os melões estão impróprios para consumo in natura: eles já se encontram em processo de decomposição.
No caso dos melões aromáticos, aproxime a extremidade do caule do nariz e absorva o aroma. Os melões cantaloupe, bastante consumidos nos EUA e que estão de popularizando no Brasil, exalam um perfume adocicado, mas este aroma não deve lembrar o cheiro do mofo: do contrário, as frutas estarão estragadas.
O melão cantaloupe também apresenta reentrâncias, como se fossem gomos. Quanto mais escuras e profundas elas forem,
Em sentido oposto, as cascas homogêneas e duras demonstram que o fruto ainda está verde. A presença do cabinho no umbigo (que cai em poucos dias depois da colheita) indica que a fruta está muito verde, foi colhida precocemente e dificilmente conseguirá amadurecer.
Na feira livre, é preciso observar:
• a consistência da casca, que deve ser dura, sem marcas nem machucados visíveis;
• a cor – melões muito brancos ou verdes devem ser evitados;
• no caso do melão cantaloupe, a fruta precisa estar envolvida em uma espécie de polpa esbranquiçada.
Eles podem ser comprados para serem consumidos quatro ou cinco dias depois, mas a parte do cabinho deve ceder ao toque; do contrário, a fruta está encruada (fornecerá polpa sem gosto e pouco doce). Estes melões são indicados especialmente para o preparo de sucos e vitaminas.
A conservação
Quando ainda estão verdes, os melões podem ser acondicionados em fruteiras sob temperatura ambiente, fora da exposição direta ao Sol, até que atinjam o ponto ideal para o consumo. O consumo está garantido, desde que as dicas anteriores sejam seguidas.
Depois de maduros, a deterioração é bastante rápida. Quando os melões são abertos, devem ser consumidos no máximo em dois ou três dias, dependendo do clima (quanto mais quente, mais rapidamente eles se estragam).
Depois de cortados, as partes expostas da polpa precisam ser protegidas com papel filme e guardadas na geladeira, uma vez que absorvem facilmente o aroma e sabor de outros alimentos – e ninguém quer comer melões com gosto de carne, peixe ou cebola, por exemplo.
Para torrar as sementes, elas devem ser retiradas da fruta imediatamente depois da abertura da fruta, lavadas e secas com papel-toalha. A secagem pode ser feita em temperatura ambiente, na própria cozinha, desde que o ambiente seja ventilado. Todas as sementes precisam ser torradas simultaneamente, uma vez que estejam cruas e secas, elas começam a absorver a umidade do ar quase instantaneamente.