Dicas para controlar a ansiedade

Ansiedade é um termo genérico, que pode ser empregado como aflição, angústia ou expectativa. Neste último caso, a sensação pode ser positiva, uma expressão do desejo de que algo bom se concretize. Em qualquer situação, no entanto, é preciso aprender a controlar a ansiedade.

Este conjunto de sentimentos, que pode se tornar patológico, é caracterizado por sintomas físicos e emocionais. É a seriedade destes sinais que determina a necessidade de intervenção. Uma longa espera pode causar palpitações leves ou suor na palma das mãos. O transtorno, porém, provoca febre e mesmo outras doenças mais graves.

Pelo lado positivo, a ansiedade leva o indivíduo a entrar em ação para alterar ou antecipar um evento; pelo negativo, porém, o exagero provoca atitudes impensadas, gerando prejuízos não apenas para o ansioso, mas também para amigos e parentes.

Quem se percebe ansioso – ou é apontado como tal pelos mais próximos – precisa aprender a controlar a ansiedade. E, antes de se revoltar com as observações, o melhor a fazer é aproveitá-las.

Autocontrole

Um bom começo para controlar a ansiedade é pedir aos mais íntimos que avaliem a sua conduta e personalidade. Não é preciso tocar no problema específico, mesmo porque isto poderia induzir, de alguma forma, a avaliação amiga.

A autoanálise é uma tarefa difícil, igualmente importante. Avalie as suas reações frente a situações inusitadas: a proximidade de uma viagem, uma comemoração, a prestação de um exame. Identifique se, em determinados momentos, a situação parece prestes a fugir do controle.

Este é o momento de ser objetivo: o medo se justifica? Um eventual fracasso implica que tipo de perdas? Seja sensato: o passado não pode ser alterado, o futuro ainda não chegou e depende de uma série de circunstâncias muito além da nossa capacidade de intervenção.

Muitas vezes, a ansiedade surge da inevitabilidade das consequências. Toda ação gera reação e, caso você tenha tomado atitudes erradas, não há nada a fazer, a não ser aceitar os efeitos. Mesmo que isto determine um período ruim, aproveite os fatos para reavaliar a personalidade, o temperamento e, principalmente, os impulsos.

Nossos relacionamentos envolvem necessariamente dois ou mais indivíduos, que também são atores das diversas situações que a vida nos apresenta. Em um namoro, por exemplo, independentemente da intensidade de nossos sentimentos, o parceiro pode se desinteressar, descobrir novos interesses ou simplesmente cansar. Talvez a única coisa que possamos fazer para mudar o outro seja dar exemplos adequados de conduta.

Relaxamento e repouso

Nem tudo, porém, pode ser resolvido com o autocontrole. Muitas vezes, a ansiedade se torna quase uma entidade independente, com desejos independentes e, às vezes, até mesmo opostos dos nossos. Existem técnicas, no entanto, que podem nos manter centrados – ou, pelo menos, não tão fora do eixo.

Faça ioga ou outro tipo de técnica de manutenção. A prática pode ser feita em casa, uma academia ou em um templo. Se preferir e tiver vocação, frequente uma igreja, templo, sinagoga, mesquita, centro, ou o que for. Dedique-se à espiritualidade e reserve um tempo para deixar os problemas do lado de fora.

Pratique esportes ou faça caminhadas. De preferência, desenvolva atividades coletivas, porque o compromisso com o grupo será um freio contra a desistência. Quando nós desenvolvemos qualquer atividade de forma isolada, sempre encontramos justificativas para faltas e atrasos.

Ofereça-se para fazer um trabalho voluntário com que você se sinta identificado. Brincar com crianças, conversar com idosos, ajudar no tratamento de pessoas enfermas, cuidar de animais e outras atividades são uma forma de ocupar aquele tempinho em que passamos elucubrando sobre o que poderá (ou poderia) acontecer.

O sono é fundamental para a saúde física e mental. Muitas vezes, a ansiedade surge porque não estamos descansados o suficiente, e isto leva à irritabilidade, dificuldade de memória e de concentração, condições em que trabalhamos mal, estudamos mal, agimos mal.

Caso as horas de sono estejam sendo insuficientes para um refazimento completo, vá se deitar mais cedo. Desligue a TV e o computador, deixe apenas uma luz fraca acesa, aproveite para refletir sobre o dia e tente conciliar o sono.

Um banho morno relaxa e propicia o sono. Deixe a água cair sobre os ombros e costas. Esta massagem ajuda inclusive a remover os “nós” musculares – aquelas dores indefiníveis que sentimos em alguns momentos. Muitas vezes, elas são provocadas pela ansiedade.

Na cama, não deixe os pensamentos fervilharem. Se o sono não viver, tome uma xícara de chá ou um copo de leite morno, volte para a cama e pense em coisas triviais, como a agenda do dia seguinte, as roupas que você vai vestir, sem se aprofundar muito em casa assunto. Procure uma posição confortável, feche os olhos e conte histórias para você mesmo.

O transtorno

Trata-se de uma condição psiquiátrica mais ou menos severa, que se instala silenciosamente. Uma doença física prolongada, um período de instabilidade financeira, desavenças conjugais e familiares, estão entre as principais causas do transtorno de ansiedade.

Um portador do transtorno pode se sentir ansioso ininterruptamente, e mesmo sem causa aparente. Em outros casos, a ansiedade é disparada por um fato concreto, mas a reação é totalmente desproporcional, atingindo até mesmo a paralisia e imobilização.

O transtorno se caracteriza por diversos sintomas. Nem todos, necessariamente, podem ser manifestar no mesmo indivíduo:

  • preocupações e temores exagerados (ou mesmo sem fundamento);
  • desenvolvimento de fobias;
  • permanência do pavor mesmo depois que o agente desencadeante já foi afastado ou neutralizado.

Quando alguém sofre de transtorno de ansiedade, não cabe perguntar qual é a doença, mas quão grave a doença é. O indivíduo pode desenvolver patologias paralelas, como a síndrome do pânico, e até desenvolver um quadro de depressão.

Nestes casos, o apoio externo torna-se imprescindível. O auxílio de um terapeuta (psicólogo ou psiquiatra, já que pode haver necessidade do uso de medicamentos) pode levar o paciente a entender os sentimentos e encontrar maneiras adequadas de lidar com eles.

A psicoterapia comportamental cognitiva apresenta resultados consistentes e rápidos. Em algumas semanas, muitos pacientes já conseguem elaborar atitudes mais positivas em relação a seus temores. É importante, no entanto, que o diagnóstico seja feito precocemente, porque, sem tratamento, os sintomas tendem a se agravar.

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