O alho é uma erva fácil de cultivar – pode ser plantado em vasos em floreiras – e exige um cuidado mínimo depois do plantio. O tempero, largamente empregado na culinária brasileira, possui aplicações gastronômicas e medicinais. A erva tem periodicidade anual, cresce pouco e cada muda requer pouco espaço para se desenvolver.
É possível cultivar alho branco ou roxo nos jardins, mas as cabeças se desenvolvem satisfatoriamente em pequenos vasos. O alho exige ao menos sete meses para desenvolver os primeiros bulbos. Trata-se de uma planta de outono-inverno, mas pode se desenvolver durante o ano inteiro – em algumas regiões do país, é comum plantá-lo na Sexta-Feira da Paixão.
A planta se desenvolve em solos bem drenados, com fuga da água logo em seguida à rega, neutros ou ligeiramente ácidos (pH entre 6,5 e 7). Esta característica pode ser conferida nas lojas de jardinagem e horticultura. O alho gosta de banhos de Sol: cultive o tempero em áreas iluminas, providos de insolação direta.
Os benefícios do alho
O alho é considerado um superalimento: os dentes deste tempero, além de proporcionar sabores e aromas únicos para os pratos, são ricos em vitaminas, sais minerais e aminoácidos e, por isto, o alho deve participar de qualquer dieta saudável e balanceada.
Um composto do alho – o ajoene – é rico em antioxidantes naturais, que combate o excesso de radicais livres e previne contra doenças cardiovasculares, cerebrais e enfermidades vasculares periféricas. A substância protege contra tromboses, infartos do miocárdio e acidentes vasculares do cérebro e do encéfalo.
Estudos preliminares indicam que o ajoene também reduz a probabilidade de alguns tipos de câncer, como o de pele, de cólon e de próstata. A alta concentração de selênio e de vitamina C presente no alho garante a eliminação de toxinas e protege o sistema excretor, dos rins à uretra. Além disto, vitamina C é útil para impedir gripes e resfriados.
Os antioxidantes presentes no alho ajudam a reduzir as inflamações, as infecções por vírus, fungos e bactérias (o alho combate até mesmo o bacilo de Koch, vetor da tuberculose) e também os processos dolorosos, como os causados por artrites, artroses e osteoporose. O consumo do alho é especialmente indicado durante a menopausa.
O consumo regular de alho reduz as chances de desenvolvimento de gastrite e úlcera. A alicina, em contato com água, produz uma espécie de gel que forra a mucosa gástrica, reduzindo o ataque de substâncias irritantes às células internas no estômago. A alicina também favorece a regularização da pressão sanguínea arterial.
Continue temperando os seus pratos com alho: o vegetal também favorece o controle do colesterol, reduzindo as taxas de LDL e aumentando as de LDL. O alho impede a formação de ateromas e trombos (placas de gordura nos vasos sanguíneos).
Como cultivar alhos em casa
Um bulbo, cultivado na terra a pouca profundidade – entre três e quatro centímetros da superfície – pode ser enterrado inteiro. Uma vez plantado, ele gera uma espécie de videira (as novas cabeças de alho serão geradas no solo).
Caso você decida plantá-lo dentro de casa, escolha um local próximo a uma janela. Isto garante os banhos de Sol necessários ao desenvolvimento da planta e reduz a aproximação de parasitas, como moscas domésticas, que podem comprometer a saúde da planta.
Tenha muito cuidado com a rega. As folhas e caules podem ser pulverizados com água, mas a terra não pode ficar encharcada, situação na qual os dentes de alho podem até mesmo apodrecer. O vaso deve ter altura mínima de 20 centímetros e as cabeças de alho devem ser dispostas com dez centímetros de distância das outras mudas e das laterais do vaso.
Para garantir um bom desenvolvimento, misture três partes de terra com uma parte de areia de jardinagem, que garante maior secura para a semeadura. Deixe uma margem de uma polegada (aproximadamente 2,5 centímetros) entre a terra e o topo do vaso: crescendo, as novas cabeças de alho empurrarão a terra para cima.
Plante os dentes de alho deixando a superfície mais plana para baixo. Não se esqueça de deixar o vaso em um local que permita o escoamento da água das regas. A terra precisa ficar úmida, mas nunca encharcada. Caso você decida deixar o vaso em um local mais quente, será necessário regar as mudas de alho com mais frequência.
Quando o alho começar a germinar, antes das vides, surgirão folhas semelhantes às das cebolinhas. Quando surgirem os primeiros botões de flores, corte-os imediatamente, para que a energia da planta se concentre nas raízes, favorecendo o desenvolvimento dos bulbos.
As vides crescerão entre dez e 12 centímetros, altas, duras e relativamente secas. Atingida esta altura, aguarde alguns dias, para que elas comecem a dar sinais de apodrecimento (elas escurecem e parecem estar morrendo): é sinal de que as cabeças de alho já podem ser colhidas.
Coloque os alhos colhidos em ambiente fresco e seco e espere uma semana antes de utilizar os novos dentes, para que a umidade excessiva se evapore. A plantação caseira, neste momento, já estará pronta para o consumo. Os dentes podem ser utilizados in natura ou secos e torrados, para garantir maior vida útil.
Dicas importantes
O ideal é obter mudas em lojas de jardinagem. Os alhos comprados em mercados e quitandas recebem tratamento químico que retarda a germinação, que, quase sempre, só ocorre quando os esquecemos na fruteira e até mesmo na geladeira.
O cultivo de alho em casa pode produzir odores fortes, que se espalham por toda a casa. Ao cortar um dente de alho, é possível observar a presença de uma cápsula interna aparentemente oca, mas repleta de um composto de carbono, hidrogênio e enxofre – a alicina. Esta substância é a responsável por deixar os nossos dedos “perfumados” quando fatiamos os dentes.
Não hesite em colher os alhos plantados assim que as vides comecem a apresentar sinais de deterioração. Os dentes de alho mais velhos tendem a criar deformidades e “olhos” de intoxicação, tornando-se impróprios para o consumo.