O ácido úrico é metabolizado a partir da decomposição de moléculas de purina, presentes em diversos alimentos consumidos no dia a dia. para a maioria das pessoas, a substância não causa problemas; parte permanece em circulação no sangue, enquanto o excesso é facilmente eliminado pelos rins. Em alguns casos, porém, surgem complicações renais; portanto, é necessário reduzir o ácido úrico.
Existem situações especiais: muitos indivíduos nascem com problemas ou malformações nefrológicas (relativas aos rins), determinadas por problemas genéticos ou hereditários. O principal deles é a gota (também chamada de doença dos reis), afecção dolorosa, um tipo de artrite secundária, que afeta principalmente homens a partir dos 30 anos.
Alguns traumas e enfermidades também podem acarretar no mau funcionamento do sistema excretor. Estas pessoas também precisam tomar alguns cuidados para reduzir o ácido úrico. A adoção de certos hábitos desde a juventude é a chave para escapar de muitos problemas.
Os problemas
Os níveis de ácido úrico podem se elevar por três motivos: produção excessiva, pouca produção de urina ou efeito colateral de alguns medicamentos. Em comum, todos estes fatos levam à formação de cristais de urato de sódio, que são depositados pelo sangue em diversas partes do corpo.
Os cristais, semelhantes a pequenas agulhas, circulam por todo o corpo, mas as maiores concentrações são encontradas nas articulações, sob a pele e especialmente nos rins. Muitas enfermidades são determinadas por estas condições e estudos recentes desenvolvidos pelo Instituto do Coração, da USP, demonstram que altos índices da substância favorecem os acidentes vasculares cerebrais (AVC). Portanto, é necessário reduzir o ácido úrico.
Os sintomas
Quando o ácido úrico se deposita nas articulações e tendões, surge a artrite aguda secundária (não causada pelo desgaste natural provocado pelo envelhecimento). As áreas mais afetadas são as pernas (joelhos, tornozelos e calcanhares) e os pés (especialmente os dedos).
Nos rins, acúmulo de ácido úrico é responsável pela formação de cálculos renais, união de diversos cristais de urato de sódio que se acumulam não apenas nos órgãos duplos, mas também nos ureteres na bexiga e na uretra. Os cálculos são chamados popularmente de “pedras nos rins” e são mais comuns entre os homens.
O ácido úrico também é responsável por muitos casos de insuficiência renal, a perda de parte das funções dos rins, que pode ser aguda ou crônica. Na forma progressiva da doença, um paciente que perca entre 10% a 15% da capacidade dos órgãos não pode dispensar tratamentos como a diálise do sangue ou um transplante.
Prevenção, diagnóstico e tratamento
Pessoas que precisam reduzir o ácido úrico – ou mantê-lo em níveis seguros – precisam tomar alguns cuidados, especialmente em relação à alimentação. O excesso de cristais, porém, também é determinado pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas e obesidade.
O aumento do ácido úrico pode ocorrer com o uso de medicamentos antidiuréticos e imunossupressores, radioterapia e quimioterapia e psoríase. O principal problema é que os sintomas demoram um tempo considerável para se manifestar, prejudicando os benefícios de um tratamento precoce.
O diagnóstico do excesso da substância através de um exame de sangue comum. A única exigência é que o paciente permaneça em jejum nas oito horas anteriores à coleta. Em geral, não há contraindicações, mas o médico pode encontrar fatores para a não realização. Em algumas situações, é necessário suspender algumas medicações com certa antecedência.
Pacientes com diagnóstico de ácido úrico elevado precisam fazer algumas modificações na rotina. Além da alimentação, é preciso fugir das situações estressantes. Além das “mudanças de hábito”, em determinados casos, o médico receita drogas para inibir a produção ou para acelerar a eliminação.
Dicas para reduzir o ácido úrico
Em primeiro lugar, mesmo para pessoas que estão com a taxa de ácido úrico em dia, algumas recomendações precisam ser seguidas: beber muita água durante todo o dia, para ajudar na eliminação; dar preferência a alimentos não industrializados: em geral, temperos prontos, congelados, embutidos e sopas prontas, entre outros, são muito ricos em sódio, mineral que aumenta a retenção de líquidos; evitar o consumo de álcool, especialmente da cerveja, que é rica em purina; e evitar a automedicação: a dosagem dos medicamentos (que nem sempre são necessários) deve ser definida por um médico, que leva em conta diversos fatores, tais como idade, peso, sexo e taxa de purina no sangue.
Os alimentos que reduzem o ácido úrico
Nutricionistas e nutrólogos definem uma tabela de alimentos para reduzir o ácido úrico no sangue.
Primeiramente, estão os alimentos totalmente proibidos, especialmente para quem precisa baixar a taxa:
• entre as carnes, cabrito, cordeiro, vitela e bacon. Com exceção do presunto, todos os embutidos entram nesta relação. Miúdos como miolo, fígado, coração, língua e rins também devem ser evitados;
• sardinha, salmão, bacalhau, arenque, truta, anchova são peixes cujo consumo deve ser evitado, assim como os mexilhões e ovas de peixe;
• entre as aves, entram na lista o peru, pombo e galeto.
O consumo moderado dos seguintes alimentos é permitido:
• carnes: frango, presunto, cortes bovinos e suínos magros, coelho;
• peixes: todos os não apresentados entre os proibidos, além dos seguintes frutos do mar: camarão, lagosta, caranguejo e ostra;
• leguminosas: feijão, feijão branco, grão-de-bico, ervilha, lentilha, aspargo, cogumelos, folhas verde-escuro e couve-flor;
• todos os cereais integrais;
• oleaginosas: nozes, castanhas (do Pará e de Caju), avelãs, amêndoas e coco.
Os alimentos permitidos sem restrições para quem quer reduzir o ácido úrico são: frutas (inclusive sucos naturais), açúcar e doces, todos os vegetais não listados acima, leite e derivados (com exceção dos queijos amarelos e da manteiga), café, chá, achocolatado, chocolate, ovos, margarina, pão e macarrão (dê preferência aos produtos integrais), arroz e milho.
É preciso lembrar que o sobrepeso e a obesidade também são fatores para elevação do ácido úrico. Portanto, mesmo em relação aos alimentos permitidos, é necessário praticar a sobriedade. Alguns excessos eventuais são permitidos, mas o exagero nas refeições pode causar muitas outras doenças.