A chia (Salvia hispanica) é uma planta nativa da Guatemala e do sul do México. O vegetal já era conhecido pelos astecas (a semente e as folhas constam de um documento espanhol do século XVI). A planta oferece benefícios para emagrecer, além de algumas propriedades terapêuticas.
No México e América Central, as folhas da chia também são populares. As infusões são largamente empregadas para o tratamento de hipertensão arterial, doenças coronarianas, diabetes e até tumores, em função do alto teor de minerais e aminoácidos essenciais (não produzidos pelo organismo), incluindo o ômega 3. Tanto as folhas, quanto as sementes (também presente na gastronomia) podem servir como fitoterápicos.
O valor nutricional é inegável:
• 100 gramas de chia fornecem 108% do manganês e 95% do fósforo demandados diariamente por um adulto (em uma dieta de 2.200 kcal);
• o teor de cálcio é cinco vezes maior do que o encontrado no leite de vaca (por isto, a chia é útil também para prevenir e combater a osteoporose). Além disto, as sementes apresentam leves traços de boro, mineral que facilita a fixação do cálcio nos ossos;
• 100 gramas de chia contêm a mesma quantidade de magnésio do que 200 gramas de nozes (e outras oleaginosas). Para oferecer os mesmos benefícios, são necessários 1,6 kg de brócolis;
• as fibras são um fator importante para o emagrecimento. A cada cem gramas de chia, 38 são fibras alimentares;
• na composição da chia, 15% são formados por proteínas. Isto significa que apenas 30 gramas fornecem 10% da nossa necessidade proteica (normalmente encontrada nas carnes, ovos, etc.);
• a chia é rica também em antioxidantes (os responsáveis pelos efeitos terapêuticos). No vegetal, está presente o flavonoide kaempferol e, em menor quantidade, os ácidos cafeico e clorogênico. Isto confere às sementes um efeito antioxidante semelhante ao de alguns medicamentos industrializados.
Benefícios da chia para emagrecer
Quando o assunto é emagrecimento, a semente de chia desbancou a linhaça, a semente do linho cultivada pela humanidade pelo menos desde 5000 a.C., com benefícios para a saúde comprovados ao longo destes milênios. A planta centro-americana realmente ganha disparado nos teores de fibras, ácidos graxos e sais minerais.
Alguns especialistas, entretanto, aconselham a não aposentar a linhaça, mas usar as duas sementes de forma alternada. A linhaça é rica em lignana, fibra associada à proteção contra o câncer. De qualquer forma, a chia realmente consegue queimar gordura abdominal em pouco tempo; é o que comprovam diversos estudos da area de saúde.
A única contraindicação é o excesso: de nada adianta exagerar no consumo, uma vez que isto não implica a perda de peso em um prazo menos. A chia, surpreendentemente, também é calórica e a ingestão deve se reduzir a 25 gramas (uma colher de sobremesa) diários.
Como ingerir chia?
A chia pode ser polvilhada em sopas, iogurte desnatado, frutas e no preparo de massas para pães e bolos. Em forma de farinha ou semente, ela também pode ser diluída em 200 ml de água, vitaminas, leite de soja desnatado, suco ou mesmo no café, preferencialmente sem açúcar, nem adoçante.
O óleo de chia é usado tanto para preparar alimentos salgados, como para temperar saladas, filés de frango ou de peixe. Este produto não deve ser aquecido, uma vez que o calor excessivo degrada o óleo, determinando a perda da maioria dos nutrientes.
A diluição no café apresenta um aspecto interessante . ao deixar as sementes imersas durante alguns instantes, forma-se uma espécie de gel, que pode ser tomada às colheradas. Este gel, que deve ser consumido imediatamente depois que as sementes absorvem o líquido, também pode ser obtido a partir de chás, sucos de frutas e água.
Os sucos são indicados especialmente para substituir um dos lanches do dia (manhã ou tarde)
Os resultados da chia
As sementes de chia apresentam efeito termogênico, acelerando o metabolismo. Com isto, a queima de gorduras se tornar facilitada, especialmente na região abdominal, quadris e coxas (por serem mais superficiais, são as gorduras que ficam mais aparentes – e salientes – no corpo humano).
O alto teor de ômega 3 também ajuda na tarefa de emagrecer. Este ácido graxo tem efeito antioxidante, com ação anti-inflamatória (vale lembrar que a celulite é uma inflamação das células de gordura). O ômega 3 combate o envelhecimento precoce e parece ter atuação inibidora ao desenvolvimento de células cancerígenas (fato ainda não comprovado). As sementinhas (de apenas 2 mm de diâmetro) ainda controlam os níveis de triglicérides e do colesterol.
Ao chegarem ao estômago, as fibras da chia criam uma espécie de gel que protege a mucosa, reduzindo a velocidade de ação dos sucos gástricos (responsáveis por dissolver os alimentos, para possibilitar a adequada absorção dos nutrientes).
Este fato determina a permanência dos alimentos por mais tempo no estômago e, desta forma, também prolonga a sensação de saciedade (de barriga cheia, ninguém sente fome, a não ser em casos patológicos); isto evita a tentação de buscar “lanchinhos” (como coxinhas, empadas e pães de queijo) no meio da manhã e da tarde.
Quando, finalmente, as fibras se desprendem das paredes gástricas, elas seguem juntamente com os alimentos para o passeio pelo intestino. No final, elas aumentam o volume de fezes, reduzindo os riscos de prisão de ventre, diarreia e flatulência.
Apenas para concluir
No entanto, é importante lembrar que a chia é eficiente, mas está longe de ser milagrosa. Como qualquer outro produto de origem vegetal ou animal, a chia oferece excelentes nutrientes – e muitos deles estão relacionados ao emagrecimento, cuja rapidez depende de diversos fatores.
Os benefícios da chia para emagrecer só serão sensíveis se vierem acompanhados de uma dieta balanceada aliada a exercícios físicos. O uso correto (das sementes, da farinha ou do óleo) também é determinante para o sucesso.