O tomate – que na verdade é uma fruta – é um vegetal que apresenta diversos benefícios para a saúde humana, em função das suas propriedades antioxidantes, diuréticas e anticancerígenas (entre outras indicações, ele é útil para prevenir o câncer de próstata, em função do alto teor de licopeno).
“Bom companheiro” da alface, o tomate é bastante versátil. Nas saladas, combina com cenoura, azeitonas, palmito, queijo, cebola, etc. Ele também está presente em pratos quentes, como refogados, esfihas e, claro, na macarronada à bolonhesa, al sugo ou qualquer outra receita vermelha.
Um tomate médio fornece apenas 25 calorias, é rico em vitamina C (que melhora o sistema imunológico e a absorção do ferro, mineral fundamental para prevenir e corrigir a anemia ferropriva), cálcio, magnésio, cromo, fósforo e potássio e em água (que reduz ou até mesmo impede a retenção de líquidos). É importante considerar que o tomate não é fonte de ferro, mas coadjuvante na absorção deste sal mineral pelo organismo.
Duas características importantes sobre os nutrientes do tomate: o licopeno é mais bem absorvido quando a fruta é ingerida com uma gordura saudável (um fio de azeite, por exemplo). Além disto, a temperatura corporal influencia na absorção; por isto, a melhor forma de aproveitar esta fonte é o cozimento (refogados, molhos e sopas, por exemplo).
Estudos indicam que a maior parte dos nutrientes do tomate não é perdida no processo de industrialização (molhos prontos, ketchup, etc.). Nestes casos, a preocupação fica apenas com o excesso de sódio, calorias, conservantes, etc.
Os tipos de tomates
Existem vários tipos de tomates disponíveis nos supermercados e feiras livres. Não existem diferenças do ponto de vista nutricional, mas as frutas variam no tamanho, textura e sabor. São elas:
- tomate Débora: tem as extremidades achatadas, muitas sementes e é rico em água. É o mais frequentemente encontrado;
- tomate italiano: tem sabor adocicado, poucas sementes e apresenta formato oval. É ideal para molhos e refogados;
- tomate-cereja: é adocicado, pouco ácido e bem menor que os seus “primos”. Há alguns anos, foi introduzido no Brasil o tomate sweet grape (uva doce), também pequeno, mas de sabor semelhante ao italiano e Débora;
- tomate caqui: grande e de consistência firme, é o maior disponível do país. O sabor é mais ácido;
- tomate holandês: semelhante ao italiano, apresenta pouca acidez e é o mais indicado para saladas. No entanto, é mais caro e difícil de encontrar em algumas regiões.
Benefícios do tomate
O tomate é rico em carotenoides considerados agentes anti-inflamatórios naturais bastante eficazes. Todas as inflamações, na verdade, são processos de defesa adotados pelo organismo na presença de uma agressão (microrganismos, substâncias alergênicas, etc.). A capacidade de defesa, no entanto, é diretamente proporcional ao fortalecimento do sistema imunológico.
Além disto, o tomate é uma boa fonte de potássio. Este sal é importante para prevenir e combater cãibras. No médio prazo, o mineral também é útil para impedir o desenvolvimento de artrites e artroses. Níveis baixos de potássio têm sido associados a doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais e transtornos gastrointestinais.
O cromo presente no tomate é um excelente auxiliar para os diabéticos. O consumo é indicado também para grávidas em risco de desenvolver diabetes gestacional (em função da hipertensão arterial). O responsável por isto é o cromo, que pode ajudar no controle dos níveis de açúcar no sangue.
Apesar de muita propaganda, porém, ainda não está comprovado que o consumo regular de tomate ajude a perder preso ou previna contra o mal de Alzheimer e outras
Os antioxidantes
Os antioxidantes presentes no tomate são bem conhecidos como instrumentos para combater o envelhecimento precoce. Este fato é decorrente da captura dos radicais livres (átomos ou grupos de átomos que recebem este nome por estarem desemparelhados).
Em outras palavras, faltam elétrons na sua constituição – e estas estruturas precisam encontrar uma compensação. Os radicais livres apresentam alto poder oxidante, podendo emparelhar o elétron “solteiro” com gorduras das membranas celulares e de enzimas importantes para o metabolismo.
O problema começa quando a presença dos radicais é excessiva – e isto pode acontecer por diversos motivos, que vão desde o envelhecimento natural até a exposição constantes a agentes poluidores, passando pelo estresse, o tabagismo e o abuso de álcool.
Este excesso provoca o rompimento das membranas celulares (e consequente morte das células). Os resultados: perda da elasticidade, aumento das linhas de expressão e rugas e, em casos mais graves, o desenvolvimento de tumores, como carcinomas e sarcomas.
Um alimento funcional
A principal fonte do licopeno, em nossa alimentação, é o tomate – o nutriente também está presente em vegetais de cor vermelha. O nutriente não é considerado um nutriente essencial para os seres humanos, podendo inclusive ser substituído pelo betacaroteno, presente na couve, brócolis, abóbora, cenoura, manga e outros vegetais alaranjados e verde-escuros. Por não ser essencial, a deficiência não é classificada como uma condição clínica.
Estudos indicam, porém, que o licopeno pode prevenir alguns tipos de câncer. Pesquisas laboratoriais demonstram que este carotenoide age sobre as células cancerígenas, impedindo o seu crescimento. Observações em campo indicam que, nas populações que consomem licopeno regularmente, a incidência do câncer de próstata é consideravelmente menor. Ainda não é conclusivo, entretanto, se esta propriedade é exclusiva da ingestão de tomates.
Todos os carotenoides, tais como o licopeno, podem prevenir a oxidação e deposição do mau colesterol (LDL) nos vasos sanguíneos. Desta forma, é possível controlar a pressão arterial, por evitar o estresse oxidativo, responsável pela piora da elasticidade de artérias e veias.
Desta forma, entende-se que uma dieta rica neste nutriente pode prevenir o surgimento de doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio, a angina de peito, a aterosclerose e as arritmias cardíacas, entre outras.
A vitamina A é fundamental para o bom funcionamento do nosso sistema óptico. Além disto, está relacionada ao bom desenvolvimento de ossos, cabelos e dentes (e da manutenção do esmalte dentário), é uma substância protetora da pele e das mucosas e possui ação essencial na capacidade funcional dos órgãos reprodutivos.
O licopeno do tomate é um precursor de vitamina A. Isto significa que a absorção da substância é maior quando alimentos ricos nos dois nutrientes são ingeridos em conjunto.
Atenção: para consumir tomates, é necessário dar atenção especial à higienização das frutas, mesmo que estejam destinadas a pratos quentes. Os tomates devem ser bem lavados em água corrente, deixados de molho em um litro de água fria com uma colher (sopa) de hipoclorito de sódio (água sanitária) por 15 minutos e enxaguados em seguida.