Nativo do norte da América do Sul até o sul dos EUA, o pimentão oferece vários benefícios para a saúde. Confira.
Devido à beleza dos frutos, o pimentão, em diversas regiões, é cultivado apenas como planta ornamental. As variedades mais comuns são os pimentões verdes, amarelos e vermelhos, mas há algumas outras variedades menos conhecidas: branco, preto, roxo, laranja e azulado.
Todas elas são excelentes, quando se trata de relacionar os benefícios à saúde. A cor dos alimentos é importante para determinar a presença de carotenoides, pigmentos fundamentais para a realização da fotossíntese (processo para obter glicose, através da luz solar, a partir de dióxido de carbono e água). Os carotenoides são precursores da vitamina A e estão presentes principalmente nos pimentões vermelhos e amarelos.
Apesar do nome, o pimentão não é nada picante: na escala de Scoville, usada para medir o grau de ardência das plantas do gênero Capsicum, o fruto recebe um zero, em uma escala de zero a 16 milhões. A páprica picante, um condimento extraído do pimentão, recebe 6.000, algo semelhante às pimentas dedo-de-moça e jalapeño e ao molho tabasco.
Composição nutricional do pimentão
Cem gramas do pimentão (Capsicum annum) contêm:
• 29 quilocalorias;
• 1,3 grama de proteínas;
• 0,1 grama de gorduras;
• 2.000 U.I. de vitamina A;
• 20 microgramas de vitamina B1 (tiamina);
• 30 microgramas de vitamina B2 (riboflavina);
• 20 miligramas de vitamina B5 (niacina);
• 20 miligramas de vitamina B6 (piridoxina);
• 126 miligramas de vitamina C (ácido ascórbico) – o pimentão é o vegetal que apresenta o mais alto teor desta vitamina;
• dez miligramas de capsaicina;
• 140 miligramas de potássio;
• 76 miligramas de magnésio;
• 25 miligramas de fósforo;
• 16 miligramas de sódio;
• 10 miligramas de cálcio;
• 0,5 miligrama de ferro.
A vitamina B6 é necessária para o bom funcionamento de mais de 60 enzimas. O nutriente participa do processo de multiplicação celular, especialmente das hemácias (células vermelhas do sangue) e das células do sistema imunológico.
Combinada com o magnésio, a substância pode induzir à redução da ansiedade e do estresse. Os inchaços abdominais verificados na TPM (tensão pré-menstrual) também são reduzidos com o consumo regular de pimentão, especialmente vermelho e amarelo.
A capsaicina é o componente ativo das pimentas chili, pertencentes ao gênero Capsicum. Trata-se de uma substância irritante para os mamíferos (uma espécie de defesa para as plantas), não apenas na ingestão, mas mesmo no contato com a pele.
As aves, no entanto, que dispersam as sementes, são beneficiadas pelo nutriente; para elas, a capsaicina tem efeito calmante. Entre os benefícios, podem ser relacionados:
• fortalecimento do sistema imunológico;
• prevenção de certos tipos de câncer, como o de mama, ovários, colo do útero e próstata;
• aceleração do metabolismo (o pimentão é um alimento funcional; além das propriedades nutricionais, produz efeitos benéficos à saúde);
• prevenção do diabetes tipo 2;
• descongestionamento das vias aéreas superiores;
• melhoria da circulação sanguínea;
• atenuação dos quadros de depressão.
A capsaicina é um componente de diversas pomadas analgésicas. O consumo do pimentão in natura, no entanto, contribui para reduzir dores musculares, neuropáticas e artríticas. Não se trata propriamente de um medicamento, mas é bastante útil para o controle e prevenção das inflamações.
Os benefícios do pimentão para a saúde
As vitaminas presentes no pimentão são mais bem absorvidas quando os frutos são consumidos in natura ou apenas aquecido rapidamente (o chamado “susto na frigideira”). Os pimentões vermelhos e amarelos são mais ricos nestas substâncias.
A vitamina A é essencial para a boa visão, fortalece os ossos, o sistema imunológico, o sistema nervoso e a síntese da hemoglobina (proteína que tem como principal função o transporte de oxigênio para as células), incentiva, nos homens, a produção de testosterona, favorece o ganho de massa muscular, previne contra doenças cardiovasculares e tem efeito antioxidante.
A vitamina C também apresenta propriedades antioxidantes e fortalece o sistema imunológico, auxilia na perda de peso (o ácido ascórbico ajuda a “queimar” gorduras), protege o músculo cardíaco, fortalece a pele, unhas e cabelos, combate os efeitos do estresse e da ansiedade, favorece a absorção do ferro (cuja carência provoca anemia ferropriva), reduz os níveis de glicose na corrente sanguínea e fortalece as vias aéreas superiores, reduzindo infecções por fungos, vírus e bactérias.
Por ser fonte de substâncias antioxidantes, o pimentão combate o excesso de radicais livres. O organismo humano possui mecanismos para combater estes componentes, que nada mais são do que átomos que perderam ou ganharam um elétron (ou um átomo de hidrogênio), tornando-se instáveis.
A própria respiração gera radicais livres. O excesso, no entanto, demanda uma “ajuda extra” para garantir a eliminação. Os radicais livres prejudicam os tecidos cutâneo e conjuntivo e estão relacionados à incidência de câncer de pele, mama, ovários, colo do útero, próstata, pênis e testículos.
Mais uma vez, a vitamina C: o nutriente impede a deposição do colesterol ruim (LDL) nos vasos sanguíneos e dissolve os coágulos, que podem levar a tromboses, infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (derrames).
Os flavonoides
Flavonoides são compostos químicos encontrados em frutas, chás, vinhos e chocolates. Estas substâncias têm sido objeto de pesquisa da indústria farmacêutica, principalmente em função do potencial para prevenir doenças cardíacas e alguns tipos de câncer.
Os flavonoides estão presentes em todas as variedades do pimentão. Estes compostos apresentam propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, anti-hemorrágicas e antialérgicas. São igualmente úteis para fortalecer os cabelos e unhas, uma vez que eles atuam como precursores da vitamina C.
Os pimentões fornecem os seguintes flavonoides:
• antocianinas – especialmente no pimentão verde. São substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias. A inflamação crônica está associada a doenças cardíacas, diabetes tipo 2, artrite, mal de Alzheimer e outras demências;
• flavononas – especialmente nos pimentões amarelos e vermelhos. O consumo regular fortalece o coração e o fígado, reduz os níveis de glicose na circulação sanguínea e retarda o surgimento de doenças relacionadas à obesidade;
• flavonas – pesquisadores descobriram que este fitonutriente apresenta propriedades anti-inflamatórias, anticarcinogênicas, antivirais, anti-histamínicas e antioxidantes. É importante consumir o pimentão com a pele, para favorecer a fixação desta substância.