Trata-se de uma variedade especial de uva, menor do que as que encontramos nos mercados e feiras livres, que sofreu um processo de secagem através da exposição ao Sol ou por meios mecânicos. A uva passa surgiu no entorno do mar Mediterrâneo (especialmente Portugal, Espanha, Itália e Grécia, ainda hoje os principais produtores) como método de conservação da fruta.
A uva passa apresenta praticamente o mesmo valor nutricional da fruta in natura. Ela pode ser consumida como aperitivo ou lanche da manhã e tarde, ou empregada como ingrediente em receitas de doces e salgados. A adição de uvas passas não causa alterações significativas no teor energético, já que uma porção de 100 gramas fornece apenas 299 calorias.
As propriedades nutricionais da uva passa
A uva passa é uma das mais ricas frutas secas em termos nutricionais e, em função do sabor característico, também é uma das mais consumidas. Uma porção de 100 gramas (oito colheres de sopa) do alimento possui:
- gorduras totais: 0,5 g
- ácido graxo poli-insaturado: 0,14 g
- potássio: 749 mg
- cálcio: 50 mg
- magnésio: 32 mg
- boro: 26 mg
- sódio: 11 mg
- ferro: 2,1 mg
- selênio: 1,9 mg
- carboidratos: 79 g (entre estas, 59 g de açúcares e 3,7 g de fibras alimentares)
- proteínas: 3,45 g
Além disto, a uva passa apresenta boas quantidades das vitaminas A, B6, B12, C e D.
Os benefícios da uva passa
Estas frutas são ricas em sais minerais essenciais para a nossa saúde. A uva passa contém antioxidantes (especialmente nas vitaminas A e C) que ajudam a purificar o sangue, retardam o envelhecimento e combatem o excesso dos radicais livres, que são responsáveis, inclusive, pelo desenvolvimento de alguns tipos de tumores malignos. Este excesso também está relacionado a doenças dos olhos, como catarata, glaucoma e cegueira.
Tônico revigorante
Na correria do dia a dia, quase sempre deixamos de nos alimentar corretamente. Além disto, a agenda lotada é a responsável pela fadiga crônica, que pode acarretar problemas mais sérios, como ansiedade, dificuldade de concentração, irritabilidade, insônia e estresse.
Especialmente em função das vitaminas do complexo B, mas também por causa dos altos teores de sais minerais, a ingestão de uva passa apresenta rápidos sinais de estimulação do sistema nervoso: em outras palavras, o consumo da fruta é revigorante e reconstituinte.
Estudos indicam que a ingestão regular pode reduzir a incidência do mal de Alzheimer e outras demências, em função dos altos teores de antioxidantes, flavonoides, (especialmente miricetina, substância também relacionada à redução do câncer de próstata).
Já está cientificamente comprovado que a uva passa auxilia na prevenção e correção da fadiga crônica (física e mental) e fortalece os mecanismos da memória e atenção, melhorando as funções cerebrais como um todo.
Mais energia
A uva passa é um alimento considerado totalmente energético. Ela apresenta o mesmo valor nutricional das demais uvas, porém, de forma mais concentrada. Entre uma fruta in natura e uma passa, a segunda fornece 70% a mais de frutose. Este é um dos motivos por que atletas e praticantes de musculação incluem a fruta passa na dieta.
Os açúcares da uva passa contribuem para fornecer mais energia ao organismo. A frutose é um tipo de açúcar mais complexo do que o refinado (branco, o mais consumido entre os brasileiros), e é absorvida mais lentamente para a corrente sanguínea, garantindo um fluxo energético mais longo. Uma colher (sopa) de passas nos lanches da manhã e da tarde é suficiente – e são apenas 75 calorias.
Aliás, por falar em corrente sanguínea, o consumo regular de uva passa previne contra a anemia ferropriva, uma vez que a fruta é uma boa fonte de ferro. Este tipo de anemia é muito comum: dois milhões de novos casos surgem a cada ano. O tratamento é simples, mas pode se estender por vários meses; portanto, é melhor prevenir.
Apenas para lembrar: a energia que utilizamos em todas as nossas atividades (inclusive as metabólicas) provêm de uma reação química entre o gás oxigênio e a glicose, que ocorre no interior das células. Esta mistura gera o nosso “combustível”.
Regulando a digestão
Quem sofre com prisões de ventre e retenções de líquidos pode ter na uva passa um excelente aliado. As frutas secas promovem maior absorção da água presente no sistema digestório, determinando um leve efeito laxante.
Mesmo para quem tem um sistema digestório com funcionamento regular, as fibras encontradas na uva passa aumentam o bolo fecal, facilitando o esvaziamento completo do intestino, eliminando subprodutos da digestão, como toxinas e resíduos. Outra propriedade importante: o selênio e o magnésio fornecidos pela fruta combatem a acidez estomacal, inclusive atenuando os sintomas da azia e da má digestão.
Ainda sobre o aparelho digestório: a uva passa é rica em ácido oleanólico, substância importante para prevenir contra a instalação de cáries. Outro benefício importante é que este ácido apresenta propriedades anti-inflamatórias, coadjuvando no controle da proliferação das bactérias responsáveis por gengivites e outras doenças periodontais. Estes microrganismos colonizam naturalmente a nossa boca, mas, quando se multiplicam em excesso, provocam desequilíbrios e prejudicam a saúde bucal.
Ossos e dentes
Não é apenas o ácido oleanólico que protege os dentes. O cálcio fornecido pela uva passa fortalece dentes e ossos, estruturas que necessitam deste sal mineral, inclusive no desenvolvimento e regeneração. Desta forma, a fruta seca é indicada também para crianças.
Pessoas de meia idade e idosos também devem incluir a uva passa na dieta alimentar: dois micronutrientes são fundamentais para a saúde dos ossos: o cálcio e o boro. Estes minerais impedem a osteoporose ou, no caso de pacientes que já desenvolveram a doença, são bons auxiliares na produção do material necessário para a manutenção dos ossos.
Ainda com relação ao sistema ósseo: o magnésio e o potássio da uva passa reduzem a acidez e ajudam a eliminar toxinas do organismo. Com isto, aumentam as defesas contra cálculos renais, doenças cardiovasculares, gota e artrite, entre outras.
Desempenho sexual
Muitos alimentos são considerados afrodisíacos, mas a ciência encontrou poucas provas de que eles realmente sejam úteis para melhorar o desempenho pessoal. A maioria destes “fortalecedores” nasceu de lendas populares e muitas vezes os afrodisíacos estão relacionados apenas à forma: cenouras e pepinos (símbolos fálicos) e ostras e figos (que evocam o formato de uma vagina).
Porém, a vida sexual pode contar com alguns aliados, que, se não resolvem problemas de impotência, ejaculação precoce ou frigidez, É o caso, por exemplo, da capsaicina (pimenta), licopeno (tomate, melancia, goiaba), ômega 3 (peixes marinhos de água fria) e da arginina (oleaginosas, uva passa, aspargo).
A arginina é um aminoácido básico, que responde, entre outras funções, pelo transporte do óxido nitroso; esta substância, por sua vez, está relacionada ao fortalecimento do sistema imunológico.
Além disto, o óxido nitroso promove a vasodilatação, com o consequente aumento do fluxo sanguíneo. Isto auxilia na ereção peniana a relaxa os músculos pélvicos, melhorando a lubrificação vaginal.