Alimentos que combatem a gordura localizada

Todos nós cometemos excessos algumas vezes: faz parte da condição humana. Um “lanche rápido” em substituição ao almoço – por causa do excesso de trabalho – se transforma em uma verdadeira bomba calórica. Na pizza do final de semana, duas fatias tornam-se quatro (ou mais) com facilidade. Felizmente, alguns alimentos combatem a gordura localizada.

Não é necessário dizer, mas estes alimentos não fazem milagres. Apenas contribuem para corrigir alguns exageros pontuais. Efetivamente, porém, eles combatem a gordura localizada. Apesar de o prato ficar com aparência mais volumosa, a cintura vai ficar na medida.

Alguns alimentos são bem conhecidos. Os termogênicos, por exemplo, como a pimenta vermelha, chá verde, canela, etc., já são muito utilizados por quem quer emagrecer. Da mesma forma, as verduras de folhas verde-escuro e os grãos integrais fornecem fibras, que reduzem a velocidade da digestão, retardando a sensação de fome. Os itens relacionados abaixo, no entanto, são uma verdadeira ginástica.

Pró e pré

Eles fazem parte da categoria dos alimentos funcionais, por gerar benefícios diretos ao organismo. Os probióticos, além de matar a fome, agem rapidamente na recuperação da flora intestinal (quando comprometida, esta colônia é responsável pela retenção de gorduras). Iogurtes e leites fermentados são enriquecidos com microrganismo vivos (bifidobactérias e lactobacilos).

Uma vez ingeridos, os pequenos seres se concentram principalmente nos intestinos e no sistema urogenital, estimulando o bom funcionamento de todos estes órgãos. Nos intestinos, ocorre a maior absorção de nutrientes necessários para a boa saúde. No entanto, da mesma forma que as paredes intestinais são porta de entrada para vitaminas, minerais, etc., elas também podem absorver agentes nocivos.

A função dos probióticos e colonizar e proteger estas paredes, evitando que moléculas alergênicas e microrganismos patogênicos prejudiquem a saúde. O consumo deve ser diário. Já os prebióticos são alimentos ricos em fibras que servirão de alimento para as bifidobactérias e lactobacilos.

Os representantes mais comuns dos prebióticos são os frutooligossacarídeos. O nome é complicado, mas eles estão presentes na nossa dieta regular: cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo (integrais), mel e cerveja. A insulina também tem propriedade prebióticas e pode ser encontrada na escarola, alho, cebola, aspargo e alcachofra.

Alguns probióticos contêm uma gordura (ácido linoleico conjugado, ou CLA) que tem a propriedade de reduzir a gordura abdominal. Além disto, estes agentes regularizam as funções intestinais, facilitando a eliminação de líquidos e reduzindo a prisão de ventre (comum a 20% dos brasileiros) e eliminando a sensação de inchaço.

Deixou de ser vilão

Durante um período, o abacate foi contraindicado para quem tem problemas com a balança, por ser uma fruta muito calórica. Realmente, são 182 calorias a cada cem gramas de polpa. Por isto, não é recomendável o consumo superior a três colheres (sopa) em dias alternados. As gorduras, no entanto, são monoinsaturadas, que ajudam a reduzir os picos de insulina, hormônio que provoca a estocagem de calorias extras sob a forma de gordura localizada.

A fruta, no entanto, não deve ser desprezada. O abacate combate o mau colesterol, ajuda a controlar o diabetes e previne contra o reumatismo. Os efeitos da ingestão podem ser notados em dois ou três meses de consumo diário.

Entre o vermelho e o roxo

As frutas vermelhas e arroxeadas – morango, cereja, jabuticaba, amora, framboesa, melancia, pitanga, romã, açaí e uva roxa – são boas aliadas no combate à gordura localizada. O segredo está nas cascas, ricas em vitamina C, um nutriente com propriedades antioxidantes, e na vitamina A, um diurético natural, também com efeito cicatrizante.

Além de acelerarem o metabolismo, estas frutas fortalecem o sistema circulatório, garantindo boa oxigenação para todas as células do nosso corpo, inclusive os neurônios, responsáveis pela memória, atenção, concentração, etc. O consumo recomendado é de uma a duas xícaras (chá) diárias.

Do fundo do mar

Os peixes e frutos do mar, especialmente os de águas frias (como o salmão, a truta e a sardinha), são ricos em ômega 3, um ácido graxo essencial (não produzido pelo organismo) que combate a inflamação, um dos principais responsáveis pelos quilinhos extras.

frutos-do-mar

As inflamações ocorrem quando o organismo é obrigado a se defender, em função de uma série de aditivos usados pela indústria alimentícia, como agrotóxicos, conservantes, adoçantes, corantes, glutamato de sódio e até metais tóxicos. Este círculo vicioso inflamação-combate-inflamação provoca não apenas sobrepeso, mas também diabetes tipo II, alergias e artrite, entre outras condições.

O ômega 3 oferecido pelos peixes atua no controle deste problema. Além disto, estes alimentos aceleram a metabolização do açúcar, transformando-o mais rapidamente em moléculas mais simples de glicose (o combustível das células, associado ao oxigênio), impedindo que ele seja estocado na forma de gordura.
O consumo deve ser regular. Nutricionistas indicam a ingestão de pelo menos três porções semanais, na forma de grelhados, assados ou ensopados. As frituras devem ser evitadas, já que oxidam uma parte considerável dos nutrientes.

Eles funcionam

Os óleos funcionais não são muito comuns na mesa dos brasileiros, mas são capazes de alguns prodígios. Os óleos de coco, de cártamo, de linhaça e de sementes de gergelim (além de outros mais raros, como os de sementes de abóbora, avelã, amêndoa e macadâmia) não engordam, mas não é recomendável o consumo exagerado, até porque pequenas doses já são suficientes para colher os benefícios.

oleos

A quantidade diária é de duas colheres de sopa. Existem suplementos em cápsulas disponíveis no mercado, mas, neste caso, é preciso reduzir o consumo de gorduras nas refeições. Do contrário, a ingestão de óleos pode ser até duplicada.

Estes óleos são ricos em gorduras insaturadas (ômega 9) e possuem ação anti-inflamatória. O mecanismo é o mesmo do ômega 3: aceleração do metabolismo e queima mais rápida dos açúcares, impedindo o surgimento de estoques de gordura, especialmente no abdômen e no quadril. O ômega 9 favorece a produção do hormônio adiponectina, que ativa o organismo a utilizar a gordura estocada para gerar energia.

Outro benefício é o prolongamento da saciedade, graças ao aumento dos hormônios que atuam no intestino: a fome demora mais tempo paras se manifestar.

Os óleos funcionais também agem como moduladores hormonais, um benefício especialmente importante para atenuar os efeitos da tensão pré-menstrual. São bons combatentes do colesterol ruim (LDL) e são ricos em vitamina E, nutriente fundamental para a saúde da pele.

O azeite não é um óleo funcional, mas as gorduras monoinsaturadas que o alimento fornece previnem contra o depósito de gordura na cintura (inclusive a visceral, que fica estocada entre os órgãos do abdômen).

O alimento também combate a formação de placas de gorduras nas artérias; seus componentes anti-inflamatórios são boas medidas de prevenção contra doenças cardiovasculares. O azeite deve ser consumido cru. Caso seja utilizado em receitas quentes, recomenda-se o cozimento em fogo baixo (até 180°C), para evitar a oxidação.

Os alimentos cima relacionados são capazes de disparar mecanismos para combater a gordura localizada, mas isto não tem nenhuma validade se, ao lado deles, porções exageradas de alimentos gordurosas forem servidas.

Os efeitos são potencializados pela adoção de exercícios físicos regulares (30 minutos, três vezes por semana, para os iniciantes). As frutas não devem ser consumidas com açúcar. Para quem não gosta de sabores azedos, é possível atenuá-los com algumas gotas de mel.

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