Uma dieta bem-sucedida, é necessária a adoção de novos hábitos. Quando o objetivo é perder peso, a reeducação alimentar – simplesmente um cardápio balanceado para o dia a dia – deve ser acompanhada pela redução da ingestão calórica diária (com o corte de parte das gorduras e açúcares nos pratos e copos, por exemplo).
Nos quesitos “saúde e bem-estar”, alguns alimentos parecem estar envolvidos em uma verdadeira aura de santidade: a simples referência a eles já faz as ideias se reportarem para temas como qualidade de vida e emagrecimento. Alguns deles são inclusive benéficos, mas a relação a seguir é feita com alimentos que sabotam a dieta.
Antes de conhecermos estes “pequenos vilões”, no entanto, é importante entender que eles são sempre mais saudáveis do que a adoção de dietas malucas, via de regras acompanhadas por restrições severas (como cortar todos os carboidratos ou, em alguns casos, cortar tudo, com exceção de alguns ingredientes escolhidos sem qualquer critérios, como a dieta do ovo, da alface e outras que entram e saem de moda regularmente).
Açaí
A frutinha engorda? Não. É um alimento nutritivo, indicado para o pré-treino. O açaí fornece vitamina E, fibras, cálcio, magnésio e potássio. Uma porção da fruta tem menos de 100 calorias. Então, por que esta fruta de uma palmeira amazônica tem fama de engordativa?
A resposta está nos ingredientes acrescentados. Entre eles, o xarope de guaraná, que torna o açaí mais doce e palatável. O problema é que o xarope provoca picos de insulina, que estimulam o organismo a sintetizar gorduras em maior volume.
O sabor quase sempre também é incrementado com granola, frutas, paçoca, leite condensado, chocolate, sorvete e outros ingredientes. O creme de açaí, uma sobremesa da moda, “aditivado” com estes alimentos, se transforma em uma verdadeira bomba calórica.
O açaí é uma boa fonte de energia e, por isto, pode ser usado antes dos exercícios, uma vez que garante o pique necessário para a corrida ou malhação. Nas dietas, a fruta pode ajudar na perda de peso, porque ela confere saciedade e a fome demora mais para aparecer. Além disto, o efeito antioxidante do açaí reduz a flacidez e as estrias.
Águas aromatizadas
É comum a adoção do consumo de águas aromatizadas e com sabor, especialmente por quem não está acostumado à ingestão de dois litros diários de água e de outros líquidos do bem. A água é fundamental para regular a temperatura corporal, aumentar o volume da urina, eliminar toxinas, transportar vitaminas e sais minerais e, claro, saciar a sede.
As águas continuam ocupando as principais posições do ranking de líquidos que menos engordam, mas é preciso ter cautela: para conservar a bebida por mais tempo, muitos produtos são ricos em aditivos, adoçantes e até mesmo açúcar refinado. A quantidade máxima recomendada é de apenas dois copos diários e os produtos gaseificados e com sabor de frutas devem ser consumidos com moderação ainda maior.
Alimentos japoneses
Os adeptos fervorosos de um “japonês” não precisam entrar em desespero: basta se compenetrar de alguns tópicos. A culinária japonesa é quase sempre preparada por vegetais, algas, frutos do mar e outros cortes magros de carne.
Alguns ingredientes, no entanto, são altamente calóricos. É o caso do arroz, que, mesmo servido em grãos integrais, fornece muitas calorias. No caso do sushi, em que o arroz avinagrado é utilizado para fermentar o peixe, o ganho de peso é praticamente garantido: uma unidade de sushi cozido corresponde a até 45 calorias (os pratos fritos são ainda mais calóricos). O consumo não deve ultrapassar quatro unidades – e apenas no almoço ou no jantar.
Outros pratos devem ser suspensos, pelo menos até a aquisição da silhueta desejada. É o caso, por exemplo, de:
• hot roll – é um bolinho de arroz recheado com cream cheese e frutos do mar, como kani, peixe e camarão. Uma porção de cream cheese light (uma colher de sobremesa) fornece 62 calorias;
• temaki – é um sushi em forma de cone. Tome cuidado: alguns também são recheados com cream cheese;
• shoyu – o tradicional molho de soja japonês, quase onipresente na culinária japonesa, é rico em sódio, um grande aliado do sobrepeso e também da retenção de líquidos. É necessário optar pela versão light, mas, mesmo assim, sempre consumir com moderação.
Barras de cereais
As barrinhas são fáceis de carregar, podem substituir um lanche e, infelizmente, muitas vezes, nesta correria em que vivemos, substituem um café da manhã completo. No entanto, estes alimentos podem acarretar um ganho de peso, efeito frontalmente contrário ao esperado nas dietas.
Por quê? Porque muitos produtos disponíveis no mercado são ricos (até demais) em açúcar. Outros tantos são excelentes fornecedores de carboidratos e até de gorduras. Outros nem sequer são barras de açúcar, mas doces apresentados em embalagens semelhantes, fato (ilegal) que leva muitos consumidores ao engano.
Portanto, antes de comprar, é importante perder alguns instantes com a leitura dos rótulos, em lugar de escolhermos as barras pelos sabores ou porque as marcas são mais conhecidas, muitas vezes indicadas por amigos e colegas.
A melhor opção é escolher barras sem adição de açúcar nem de chocolate, não caramelizadas e produzidas com ingredientes ricos em fibras, como frutas e grãos integrais, como a aveia. O açúcar é rapidamente metabolizado pelo organismo; quando esta fonte de energia “seca”, nós voltamos a sentir fome.
Macarrão instantâneo
É o prato preferido dos preguiçosos e dos que não têm tempo para preparar uma refeição saudável. A praticidade e rapidez de preparo tornam o macarrão instantâneo indispensável na despensa da maioria dos brasileiros.
Além disto, ele é oferecido em diversos sabores, o que afasta a possibilidade de “enjoar” do produto. O macarrão instantâneo é vendido geralmente em blocos, que só precisam ser cozidos e, em seguida, receber um “pozinho mágico”, com o tempero. Já existem, no entanto, produtos prontos, que só precisam ser aquecidos em micro-ondas.
Este pó, no entanto, é rico em sal e glutamato monossódico, além de flavorizantes e conservantes que prejudicam o equilíbrio orgânico. Esqueça-se do produto: experimente cozinhar uma porção de macarrão do tipo ninho (bastam alguns minutos) e temperá-las com caldos naturais (carne vermelha, aves, peixes, legumes, etc.).
Mas, em primeiro lugar, é preciso lembrar que, como toda massa, o macarrão instantâneo é rico em carboidratos. para piorar o quadro, no processo de produção (ele é pré-cozido e desidratado, permitindo o transporte para qualquer região), o alimento perde a quase totalidade de nutrientes: proteínas, fibras, vitaminas e minerais.
Refrigerantes diet, light e zero
Apesar de ser uma tentação, especialmente nos dias quentes (quase todos do ano em nosso país), estes refrigerantes podem engordar. A confusão acontece porque muita gente não sabe o que significam os termos “diet”, “light” e “zero”.
A primeira palavra é aplicada para produtos formulados com a eliminação de qualquer nutriente. Por exemplo, um pão produzido sem glúten é um diet indicado para portadores de doença celíaca e outras pessoas com intolerância a esta proteína, presente em muitos cereais, como arroz, centeio, trigo e outros.
“Light” significa que houve reduz de algum componente (como o açúcar, por exemplo). “Zero”, que houve eliminação total. Muitos consumidores entendem, no entanto, que refrigerante zero é isento de calorias, o que está longe de ser verdade.
Além disto, todos os refrigerantes recebem edulcorantes, flavorizantes e conservantes, cujo consumo em excesso pode prejudicar a saúde. Os refrigerantes zero recebem adoçantes, responsáveis pelo aumento do desejo por doces. Os light contêm muito sódio, mineral que provoca retenção hídrica, com os consequentes inchaços abdominais.
Saladas
Seria o caso de dizer: “até tu, Brutus?”. Afinal, as saladas são conhecidas por serem leves, saudáveis e ricas em nutrientes. Comer um prato de salada causa uma sensação de dever cumprido entre todos os que estão fazendo dieta.
O problema não está na salada, mas no preparo. Algumas receitas indicam ingredientes que sabotam definitivamente a dieta. Este é o principal motivo por que muitas pessoas que trocam o almoço ou jantar por um prato “colorido e natural” (o que também não é indicado) não conseguem obter os resultados desejados. Em alguns casos, acontece justamente o oposto.
Verduras e legumes ajudam a equilibrar o organismo, fornecem sensação de saciedade e são indicadas para as dietas. Os problemas começam quando alguns ingredientes são acrescentados, como os molhos e o excesso de carboidratos. Uma salada com batatas, por exemplo, está longe de ser dietética.
Algumas pessoas não gostam do sabor e adotam a estratégia de exagerar no sal (ou em condimentos salgados), abrindo a porta para a retenção de líquidos e, no médio prazo, para doenças cardiovasculares graves. O segredo, neste caso, é utilizar o sal com especiarias, que realçam o sabor e impedem o “sequestro do saleiro”.
Outros, às vezes em dietas severas, sabotam o próprio prato. É o caso dos que acrescentam macarrão, embutidos (linguiça, salsicha, presunto, etc.), queijos amarelos (do reino, provolone, prato). Para garantir a ingestão de proteínas, é necessário substituir estes ingredientes por carnes grelhadas, sempre em pequenas porções.