A beterraba (Beta vulgaris) é nativa da Europa, norte da África e oeste da Ásia. O bulbo tuberoso é utilizado para fins culinários e também para a produção de açúcar (sacarose), bem menos doce e calórico do que o alimento extraído da cana-de-açúcar. A raiz também é empregada, especialmente na Rússia, na indústria de combustíveis automotivos.
Um dos principais benefícios da beterraba para a saúde é o combate à anemia ferropriva, doença caracterizada pelo produção insuficiente de hemácias (os glóbulos vermelhos do sangue), determinada pela carência de ferro no organismo.
No Brasil, são registrados anualmente mais de dois milhões de novos casos desta forma de anemia. O ferro não é abundante na beterraba, mas apresenta a vantagem de ser mais facilmente absorvido pela organismo humano.
Os flavonoides e pectinas da beterraba são excelentes para impedir prisões de ventre, uma vez que são nutrientes com efeito laxante leve. Estes mesmos componentes evitam distúrbios no fígado e no baço e previnem contra a oxidação do bom colesterol (HDL) e dos vasos sanguíneos.
O consumo de beterraba é especialmente recomendado no tratamento de doenças de origem sexual, cálculos renais, problemas da próstata, da vesícula, do estômago e dos pulmões.
A beterraba é uma boa fonte de ácido fólico (vitamina B6), substância responsável por manter a saúde do cérebro (prevenindo inclusive problemas como depressão), por fortalecer o sistema imunológico, por prevenir alterações no DNA das células (e consequentemente o desenvolvimento de cânceres), por evitar doenças cardiovasculares, como infartos e AVC. O nutriente participa da formação do sistema nervoso dos fetos.
Os efeitos benéficos da beterraba sobre as funções cerebrais são devidos à melhoria na irrigação sanguínea do cérebro. O consumo também reduz as probabilidades do desenvolvimento de demências associadas ao avanço da idade, como o mal de Alzheimer, em função da alta concentração de nitratos, responsáveis pelo equilíbrio hemodinâmico.
A ingestão regular de beterraba controla os níveis de homocisteína no sangue, um aminoácido que se eleva especialmente em função do consumo excessivo de proteínas de origem animal (carnes, ovos, leite, etc.). a homocisteína pode estar relacionada também à baixa ingestão das vitaminas B6 e B12, o uso prolongado de alguns medicamentos e a presença de algumas doenças, como hipotireoidismo, psoríase e doenças dos rins e da bexiga.
Mais benefícios da beterraba
O consumo de beterraba aumenta a produção das hemácias e plaquetas. Os responsáveis por isto são o ferro e o cobre presentes nestes tubérculos. Já o potássio e o manganês contribuem para o fortalecimento de músculos e tendões.
A ação anti-inflamatória da beterraba já está certificada. O vegetal é largamente pela indústria de medicamentos. Combinada com cenoura, a beterraba tem ação na regulação hormonal. A ingestão favorece a circulação sanguínea, purificando o sangue com mais eficiência.
A recomendação de nutricionistas é consumir a beterraba crua, ralada em saladas. O suco sem adição de açúcar apresenta as mesmas propriedades, mas tem parte das fibras solúveis e insolúveis comprometida pelo processamento.
As folhas da beterraba não devem ser descartadas. Elas são ricas em sais minerais, vitaminas e carboidratos, além de também serem fontes de ácido fólico e ferro. Na verdade, a concentração de minerais é mais acentuada nas folhas do que no bulbo. É possível consumir as ramas cruas ou refogadas, picadas da mesma forma que a couve o espinafre.
Para preparar beterraba cozida, o ideal é cozinhá-la inteira, acrescentando duas colheres (sopa) de vinagre à água da fervura, para que o vegetal mantenha a cor vermelha. No momento de servi-la, fatie em rodelas e acrescente alho refogado.
Muitas pessoas deixam de consumir beterraba porque estas raízes “sujam” os pratos com o seu vermelho intenso, que pode prejudicar roupas, mãos e panos de prato. No entanto, a ingestão não deve ser negligenciada, em função das propriedades altamente nutritivas da planta.
O valor nutricional da beterraba
Além da Beta vulgaris, são conhecidas 13 outras espécies de beterrabas, com valores nutricionais semelhantes. Todas elas são isentas de gorduras. Cem gramas de beterraba cozida (meia xícara de chá) ou 50 gramas de beterraba crua fornecem:
- 50 quilocalorias;
- 3 gramas de proteínas;
- 2 U.I. de vitamina A;
- 50 microgramas de vitamina B1 (tiamina);
- 50 microgramas de vitamina B2 (riboflavina);
- 0,6 miligramas de vitamina B3 (niacina);
- 2 miligramas de vitamina B9 (ácido fólico);
- 35 gramas de vitamina C (ácido ascórbico);
- 350 miligramas de potássio;
- 95 miligramas de sódio;
- 40 miligramas de fósforo;
- 25 miligramas de cálcio;
- 2,5 miligramas de ferro;
- 0,5 miligrama de manganês.
Beterraba contra o câncer
A combinação de propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes presentes na beterraba ajuda a prevenir e combater diversos tipos de câncer. Comprovadamente, as raízes são eficientes contra tumores malignos nos pulmões, mama, estômago, cólon, nervos, próstata e testículos.
Um estudo conduzido pela Universidade de Oxford (Inglaterra) concluiu que a betacianina (o pigmento vermelho presente na beterraba) inibem o desenvolvimento das neoplasias. Em cobaias de laboratório, este nutriente combateu diretamente os tumores.
Pressão arterial sob controle
Pessoas que sofrem de hipertensão arterial também podem colher os benefícios da beterraba. Os nitratos, que são convertidos em nitritos e óxido nítrico ainda na boca, ajudam a alargar os vasos sanguíneos e a regularizar a chamada pressão alta.
Um estudo financiado pela Fundação Britânica do Coração, vinculada à Universidade de Cambridge (Inglaterra), concluiu, com o apoio de 226 voluntários, que os participantes hipertensos tiveram a pressão reduzida por até 24 horas depois do consumo de beterraba, que também reduz os riscos de AVC, doenças coronarianas, infartos e outros problemas cardíacos.
Agente desintoxicante
O suco de beterraba é uma excelente opção para desintoxicar o fígado, especialmente para os usuários de medicamentos de uso prolongado, como os antirretrovirais empregados para combater o HIV, responsável pela AIDS.
Dois pigmentos presentes na beterraba – metionina e glicina betaína – estimulam a ação das células hepáticas, tornando o fígado mais funcional. Um copo diário de suco de beterraba (200 mililitros) ajuda a eliminar depósitos de gordura no órgão. O suco é útil inclusive para controlar os efeitos danosos do excesso de bebidas alcoólicas.
A beterraba é boa para a pele
As funções anti-inflamatórias da beterraba protegem a pele, atuando na prevenção e cura de diversas inflamações, como acne e furúnculos. Além disto, por contribuir para purificar o sangue, a raiz confere um brilho saudável para a pele, especialmente a do rosto.
A beterraba também promove a retirada de células epiteliais mortas e impede o envelhecimento prematuro, prevenindo contra a formação de rugas e linhas de expressão, em face do alto teor de antioxidantes, que combatem os radicais livres.