Esta “batata” recebe os nomes de inhame, taioba-de-São-Tomé, taro, inhame-branco (com polpa branca ou creme), inhame-preto (com polpa roxa ou avermelhada), orelha-de-elefante inhame-selvagem e inhame-coco. Mais consumido no Nordeste, o tubérculo está se popularizando nas regiões Sul e Sudeste.
Na verdade, tubérculos de diversos gêneros da família das dioscoreáceas, sempre arredondados, são cultivados na América do Sul, África, Oceania e Sul da Ásia (de onde são originários): eles são um privilégio dos climas tropicais.
A batata-doce, em alguns pontos do Brasil, também é conhecida como “inhame” e “inhame-doce”. Quase sempre, estes tubérculos representam papéis coadjuvantes na culinária, mas é necessário saber que eles agregam inúmeros benefícios para a saúde. o consumo é praticamente integral: podem ser utilizadas as raízes, flores, talos e rizomas, sempre cozidos para uso culinário, ou ralados e crus, para emplastros empregados no tratamento do edema reumático.
Ao lado da batata, da mandioca e do tomate, o inhame é considerado um dos alimentos básicos cultivados em regiões de climas quentes. Entre os principais nutrientes encontrados no inhame, figuram as vitaminas A, do complexo B e C, potássio, ferro e fibras, além de ser uma boa fonte vegetal de proteínas.
Aliado no controle da hipertensão arterial
O inhame é um forte aliado no controle da hipertensão arterial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo diário de 3,5 gramas de potássio e, a cada dez gramas (uma colher de sopa rasa), o inhame fornece 816 miligramas no mineral.
No entanto, a ingestão suplementar de apenas quatro gramas de potássio (no nosso caso, três colheres de sopa), combinada com a redução de sódio (presente no sal de cozinha – a fonte primária – e em refrigerantes e alimentos processados), de acordo com estudo publicado no “British Medical Journal”, poderia evitar milhões de óbitos por AVC e outras doenças vasculares.
A pesquisa foi conduzida pelo Imperial London College (Grã-Bretanha), envolvendo mais de 120 mil indivíduos adultos saudáveis, sem qualquer alteração nos níveis de gorduras no sangue. De acordo com o levantamento, crianças também podem se beneficiar com a adoção do inhame à dieta.
Auxilia a fortalecer o sistema imunológico
A presença da vitamina C no inhame, aliada a outras propriedades nutricionais, auxilia a fortalecer o sistema imunológico. Justamente por promover o equilíbrio orgânico, duas rodelas diárias de inhame, em substituição a refeições à base de carboidratos refinados (como a farinha de trigo refinada), protegem o sistema linfático é reduzem as invasões de bactérias e vírus nocivos.
Em paralelo, a boa concentração de vitaminas do complexo B presente no inhame “desencoraja” a aproximação dos mosquitos vetores da dengue e de outras doenças. Estudos preliminares indicam que o inhame, isoladamente, não é suficiente para barrar a invasão do Aedes aegypti (assim como a ingestão de outros alimentos, como o alho), mas o fato demonstra a importância do tubérculo no fortalecimento das defesas do organismo.
O emplastro (ou cataplasma) de inhame pode ser utilizado para reduzir edemas (edema é o acúmulo anormal de líquidos em qualquer órgão ou tecido, especialmente no tecido conjuntivo, localizado sobre as camadas da pele). Também é útil nas contusões em articulações.
Os chineses também usam o emplastro para curar furúnculos, espinhas insistentes, quistos sebáceos, unhas encravadas, e cortes inflamados. Basta descascar o inhame e ralar finamente a raiz, misturar com qualquer farinha (apenas para dar liga; a pasta deve ficar úmida), aplicar sobre a área afetada e cobrir com gaze (não utilize nenhum material sintético).
O inhame pode ser aplicado juntamente com gengibre (ralado com a casca), que é uma raiz termogênica e vai aquecer a região dolorida. A proporção é de dez partes de inhame para uma parte de gengibre. Em algumas horas, o emplastro seca e pode ser retirado com água morna. A aplicação deve ser repetida até que a inflamação desapareça.
Imprescindível para manter a beleza da pele
A vitamina A é imprescindível tanto para manter a beleza da pele, cabelos e unhas, mas também para a percepção desta beleza: ela é fundamental para a saúde dos olhos. Para as crianças, o nutriente é um importante auxiliar para o desenvolvimento físico. Estes são outros bons motivos para consumir inhame e outros tubérculos.
A ação antioxidante da vitamina A reduz a oxidação das células, impedindo o envelhecimento precoce e coibindo o desenvolvimento de células carcinogênicas (que podem contribuir para o desenvolvimento de carcinomas, ou tumores malignos). A dose recomendada é de 1 mg – exatamente metade da concentração presente no inhame.
Considerado fonte de energia para portadores de diabetes
O inhame fornece carboidratos (em geral, os vilões da dieta). No entanto, trata-se de “açúcares do bem”. Muito mais complexos do que o açúcar refinado (glicose pura, a mais elementar das moléculas de açúcar), esta glicose é lentamente absorvida pelo açúcar, fornecendo energia de forma constante.
O inhame é considerado fonte de energia inclusive para portadores de diabetes, em função da lenta metabolização. Estudos comprovam que a farinha seca de inhame inibe a absorção de outros carboidratos – ou tornam-na sensivelmente mais lenta.
A vitamina B é importante auxiliar para defesa do coração
As vitaminas do completo B fornecidas pelo inhame também são importantes auxiliares também são responsáveis pela defesa do miocárdio (músculo do coração). Os nutrientes são fundamentais para a absorção de diversas proteínas – inclusive alguns aminoácidos essenciais (não produzidos pelo organismo humano).
O inhame e seus nutrientes são importantes também por atuarem na quebra da hemocisteína, aminoácido presente em nosso organismo, mas que, em altas concentrações (determinadas principais pelo consumo excessivo de gorduras), pode determinar o desenvolvimento de doenças cardíacas e cardiovasculares (AVC e infarto do miocárdio, por exemplo).
Será que emagrece?
Na verdade, não. Regimes milagrosos à base de inhame são, como sempre, “regimes milagrosos”, uma versão atual das lendas urbanas. Por outro lado, estas “batatas” são ricas em fibras insolúveis (não absorvidas pelo organismo), substâncias que reduzem a velocidade da digestão e, em consequência, prolongam a sensação de saciedade.
Além disto, o inhame é rico em carboidratos complexos, que dão “mais trabalho” para o estômago e intestinos até que finalmente sejam transformados em glicose, que é liberada lentamente para que seja transformada em energia nas células.
O tubérculo é pobre em calorias, o que o torna um bom auxiliar para as dietas de emagrecimento. Sucos detox com inhame, especialmente em jejum, são considerados aliados das dietas. Além disto, a vitamina B6 é útil para aliviar os sintomas da tensão pré-menstrual.
É rico em vitaminas A e C
O inhame é rico em vitaminas A e C, conhecidas pelo alto poder antioxidante. A oxidação das células é um processo natural: assim como nós mesmos, nossas células apresentam um ciclo vital: quando envelhecem e se tornam disfuncionais, o organismo tende a eliminá-las, auto-obrigando-se a eliminar as estruturas deficientes e a produzir células jovens e ativas.
A oxidação é justamente este processo: ela elimina as células deficitárias. Diversos fatores, no entanto, envelhecem as células mais rapidamente – ou incapacitam-nas para as suas funções. Neste processo, muitas células podem determinar a formação de tumores neoplásicos – a origem dos diversos tipos de câncer.
O inhame participa deste processo: mesmo sem saber se ele pode contribuir para impedir o desenvolvimento futuro de um câncer, todos os benefícios de consumir o inhame, listados acima, justificam o consumo. Mesmo longe das frituras e das combinações com excesso de gorduras, é possível encontrar muitas receitas saborosas com o popular inhame.
Para finalizar, uma dica!
Ao cozinhar inhame, não deixe o tubérculo fervendo por muito tempo, para não que os nutrientes não sejam, literalmente, lançados pelo ralo. Quem gosta do inhame bem macio pode utilizar a água da fervura para cozinhar arroz e feijão, por exemplo.