A goiaba é nativa do Brasil e de algumas ilhas do mar do Caribe. Houve tentativas de introduzir a Psidium guajava (este é o nome científico da goiabeira) na Europa mediterrânea, mas não houve sucesso. Atualmente, as plantações de goiaba em outros países sul e centro americanos, em regiões quentes dos EUA (Califórnia e Flórida) e no sul da Ásia (especialmente Índia, Paquistão e Filipinas) estão obtendo boa lucratividade.
O Brasil é o maior produtor de goiabas vermelhas do mundo. As frutas, produzidas para consumo in natura e para a indústria alimentícia, também são exportadas para o Canadá, EUA, Grã-Bretanha, França, Dinamarca, Suécia, Holanda, Alemanha e países do MERCOSUL.
As propriedades da goiaba
Não é à toa que a goiaba seja consumida no mundo todo. Além do sabor, que pode ser experimentado nas frutas, sucos, sorvetes e goiabadas, a fruta fornece muitos nutrientes. Além disto, é possível escolher a goiaba inclusive pela cor: existem frutos de polpa vermelha, rosada, amarela e branca.
A goiaba é leve fornece vitaminas e sais minerais. Cem gramas destas frutas somam apenas 40 calorias ao cardápio (mas é preciso cuidado: uma fatia de goiabada de 20 gramas tem 65 calorias; com queijo branco, o valor sobe para 170 calorias).
Na composição da goiaba, o principal ingrediente é a água (entre 85% e 90% do peso total). Cem gramas da fruta apresentam 8 g de carboidratos (basicamente frutose), 0,8 g de proteínas e 0,5 g de ácidos graxos, as chamadas “gorduras do bem”.
Com relação às vitaminas, a goiaba fornece vitamina A (entre 240 mcg e 330 mcg), vitamina B1 (190 mcg), vitamina B2 (entre 154 mcg e 183 mcg), vitamina B3 (entre 0,8 mg e 1,2 mg) e vitamina C (entre 45 mcg e 80 mcg, o que equivale ao mais que o triplo da necessidade de um adulto com dieta alimentar de 2.200 calorias por dia).
As diferenças ocorrem em função da maior ou menor concentração de nutrientes em cada uma das variedades – no Brasil, são cultivadas oito espécies de goiabas. Na composição química da fruta, são ainda encontrados, em boa concentração, os seguintes sais minerais: potássio, cálcio, fósforo e ferro.
Os benefícios da goiaba
A goiaba possui efeito analgésico, sendo indicada como um remédio natural para amenizar dores e irritações na garganta (laringites e faringites) e na boca. A fruta também alivia cólicas menstruais e os sintomas de tensão pré-menstrual (TPM), além de auxiliar no tratamento contra os corrimentos vaginais e a candidíase.
O alto teor de vitamina C da goiaba é um determinante do fortalecimento do sistema imunológico. Com o consumo regular, o risco de contrair infecções (especialmente as das vias respiratórias, como gripes e resfriados) é drasticamente reduzido.
O licopeno presente nas goiabas vermelhas e rosadas é um carotenoide capaz de impedir e reparar danos causados às células pelos chamados radicais livres, moléculas instáveis que circulam pelo nosso organismo e tentam sequestrar átomos das membranas celulares, para atingir a estabilidade.
Em excesso, os radicais livres são responsáveis pelo surgimento de linhas de expressão e, no médio prazo, pelo envelhecimento precoce. Uma curiosidade: o licopeno circula pelo sangue transportado pela LDL (o chamado colesterol ruim). A função da LDL é justamente fornecer colesterol para as células; esta lipoproteína só se torna prejudicial quando o equilíbrio entre bom e mau colesterol é prejudicado.
Além do licopeno, a goiaba é rica em outros antioxidantes e flavonoides. Estas substâncias parecem ser eficazes no controle da multiplicação celular e no combate a células tumorais. Em ensaios clínicos, fitonutrientes da fruta se mostraram eficazes para combates cânceres de próstata, reto, cólon, estômago, mama, pele e cavidade oral.
O potássio presente na goiaba ajuda a controlar a pressão arterial. A principal função do potássio no organismo humano é manter equilibrado o nível de sódio (sal de cozinha) no sangue. O sódio é fundamental para algumas funções metabólicas, como a transmissão nervosa e a contratibilidade muscular, mas precisa estar em níveis baixos, para não provocar a elevação da pressão arterial e da frequência cardíaca.
O fósforo, cálcio e potássio presentes na goiaba transformam a fruta em um isotônico. Por isto, pode ser empregada para combater a fadiga e o esgotamento físico: ela dá uma dose extra de energia, sem necessidade de uso de suplementos – indicados apenas para atletas de alto rendimento.
As fibras alimentares da goiaba reduzem a velocidade da digestão. Com isto, surgem muitos benefícios: a sensação de saciedade permanece por mais tempo (excelente para quem quer perder peso ou manter o peso ideal), o processo digestório aproveita melhor os nutrientes nos intestinos e os açúcares são lançados na corrente sanguínea mais lentamente, garantindo um fornecimento mais constante de energia para as células. Isto é especialmente importante para os portadores de diabetes, que deixam de sofrer com os “picos” de energia.
Devido ao alto teor de taninos (fenóis de origem vegetal), a goiaba pode ser usada para combater diarreias. Por isto, o consumo da fruta deve ser reduzido durante a gravidez, uma vez que a maioria das gestantes sofre com prisão de ventre (que é agravada pelos taninos). Contudo, não é necessário deixar de comer a fruta.
A vitamina A é fundamental para o processo de visão, isto é, a transmissão de imagens para serem interpretadas no cérebro. A carência desta vitamina (presente na goiaba) pode provocar a secura das conjuntivas dos olhos, pálpebras inchadas e úlceras nas córneas, que, sem tratamento, podem causar cegueira no médio prazo.
Esta vitamina também é importante para nutrir e hidratar a pele e protegê-la dos raios ultravioleta do Sol. A goiaba é especialmente indicada para quem sofre com cravos e espinhas. Quadros de acne podem ser amenizados pela combinação de medicamentos tópicos e da fruta.